Os estudos realizados pelos pesquisadores do Centro Hospitalar de Washington, demonstram deficiência nutricional muito importante para os pacientes que realizaram a cirurgia bariátrica.
Esta pesquisa foi apresentada no 72º Encontro Anual do Colégio Americano de Gastroenterologia, pelos médicos Fineli e Koch, os quais sugeriram que existem potencialmente uma condição muito séria de que, pode acontecer após a cirurgia bariátrica, principalmente o hiper-crescimento bascteriano ou a disbiose na região do intestino grosso que tem impacto na absorção das vitaminas, dos minerais, e dos nutrientes como cálcio e o zinco .
Um trabalho realizado em mais de 150 mil pacientes, os quais realizaram no período de um ano, cirurgias bariátricas e, segundo os pesquisadores, estes pacientes poderiam desenvolver hipercrescimento bacteriano com interferência na habilidade de absorção dos nutrientes, inclusive com administração de suplementos, como os indicados após a cirurgia.
Os pesquisadores ao alterarem a ecologia do intestino, mostram que a cirurgia bariátrica pode induzir para uma deficiência do cálcio. Pesquisadores acreditam que a redução do ácido, também conhecida como acloridria, contribui para o hipercrescimento bacteriano no intestino grosso. De acordo com os pesquisadores, a competição entre as bactérias e o hospedeiro humano para os nutrientes ingeridos, levam às situações de má absorção com potencial e complicações sérias, devido a deficiência dos micronutrientes.
Pesquisas notificaram que todos os pacientes apresentam um hipercrescimento bacteriano com baixos níveis de cálcio e, advertem que isto pode aumentar o risco de se desenvolver a osteopenia, a osteoporose, assim como, pode aumentar o risco das fraturas, levar à osteomalacia que, é a fraqueza dos ossos devido a mineralização óssea deficiente.
Em um outro estudo Koch e seus colegas, tinham um mesmo grupo de pacientes para examinar a relação entre a cirurgia bariátrica e a deficiência do zinco, onde foi encontrada uma correlação positiva. No caso da associação com o zinco, a evidência fisiológica mantém sua absorção no jejum, e na via transcelular, envolvendo um transportador específico do zinco. Apesar de existir uma série de efeitos benéficos da realização da cirurgia bariátrica, hoje, se considera que a mortalidade total, como consequência da cirurgia varia de 0,2 a 1%.
Estudos recentes revelaram que os pacientes severamente obesos que, escolhem por realizar a cirurgia bariátrica reduzem o seu risco de morte prematura em 89%, quando comparados como aqueles pacientes com sobrepeso que não fazem a cirurgia. Em um outro estudo,envolvendo 66 mil pacientes obesos, aproximadamente 3% dos pacientes que fizeram a cirurgia bariátrica, abaixo dos 40 e 80 anos morrem após 13 anos da realização da cirurgia, quando comparados com 14% dos pacientes obesos que não foram tratados cirurgicamente.
Aproximadamente, 10 a 20% dos pacientes que fazem a cirurgia bariátrica desejam fazer cirurgias corretivas após um longo período de tempo e, sendo a mais comum a da correção da hérnia abdominal. Mas, 1/3 dos pacientes que fizeram a cirurgia bariátrica desenvolvem cálculos biliares. As complicações do período pós-operatório incluem infecções de deiscências de suturas e úlceras que, podem atingir 10% ou mais dos pacientes.
A longo prazo as complicações da cirurgia bariátrica pode incluir uma variedade de condições e problemas. Em um estudo realizado durante 14 anos, foi mostrado que as morbidades associadas às deficiências nutricionais incluem:
·Deficiência de vitamina B12, em 40% dos pacientes,
·Depressão, 24%
·Deiscência de suturas, 15%
·Gastrite, 13
·Policistite, 11%
·Problemas de alimentação, 10%
·Má nutrição e desidratação, 6%
RISCOS DE DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL APÓS CIRURGIA BARIÁTRICA
Assim como a cirurgia gástrica causa redução na capacidade de absorver macro e micronutrientes , a cirurgia bariátrica dramaticamente reduz o consumo de calorias. Em um pequeno estômago quando a caloria tomada é pequena é, extremamente difícil de se consumir alimentos nutricionais suficientes e, isto leva à deficiência nutricional de forma quase inevitável, onde podemos incluir:
1) Deficiência de cálcio:
Hipoparatireiodismo é causado pelo inadequado consumo do cálcio, tipicamente acontece para 1 a 3 pacientes que fizeram a cirurgia bariátrica, o cálcio é predominantemente absorvido no duodeno que é uma parte do intestino que vai ser ultrapassado. A administração da vitamina D e do cálcio podem corrigir este problema.
2) Deficiência de ferro:
A cirurgia que ultrapassa o duodeno também leva à deficiência do ferro. A suplementação do ferro pode, em alguma medida, recuperar estes pacientes, mas em muitos casos da anemia severa pode ser necessário o tratamento parenteral.
3) Deficiência da Vitamina B12:
Para ser absorvida adequadamente, a vitamina B12 requer o fator intrínseco que se encontra na mucosa gástrica. Em alguns pacientes, nos quais foram feitas a cirurgia bariátrica a vitamina B12 não é absorvida, inclusive quando suplementos são tomados, levando a anemias perniciosas e neuropatias, assim como ao acúmulo da homocisteína.
4) Deficiência protéica:
Para muitos pacientes que fizeram a cirurgia bariátrica, a deficiência protéica é um fator de risco muito comum, especialmente em cirurgias extremamente radicais . Muitos destes pacientes precisam dos suplementos protéicos durante o período inicial da perda de peso, para prevenção da perda do músculo e do comprometimento das fibras musculares. É importante também destacar que, muitos destes pacientes na fase do desenvolvimento da depressão secundária, tem a incapacidade do organismo de produzir o 5-hidroxi-triptofano, principalmente por fenômenos das disbiose que, destroem a flora bacteriana intestinal. E, assim aumentando a flora bacteriana patológica que incapacita a conversão do 5-hidroxi-triptofano em serotonina.
Visão da Prática ortomolecular na Obesidade
Autores: Efrain Olszewer, Carlos Jaldin e colaboradores