Mercúrio

Ocorre no meio ambiente, em geral , sob  duas formas:

1- Forma inorgânica,vapores de mercúrio (mercúrio elementar) e compostos inorgânicos de mercúrio II, que forma dentro do organismo o Hg 2 ++; 2-forma orgânica, compostos  alquílicos, metilmercúrio, etilmercúrio, alcoxialmercúrio e arilmercúrio. Várias destas  formas são poluentes ambientais, sendo o metilmercúrio o poluente mais comum. A maior fonte para a população  é o mercúrio contido nos alimentos que, em geral, é metilmercúrio. Solo e água são contaminados pelas precipitações de mercúrio. A toxicidade é maior na forma inorgânica sendo o mercúrio II mais tóxico que o mercúrio I.

O mercúrio metilado é a forma da poluição industrial e do garimpo. Acumula-se, principalmente, na cadeia alimentar aquática, sendo que 95% são encontrados nos peixes. Metilmercúrio e o mercúrio elementar são as duas formas que mais intoxicam o ser humano e o meio ambiente. Mercúrio elementar é convertido por bactérias para a forma metilada, sendo absorvido pelo intestino se ingerido, enquanto o vapor de mercúrio é absorvido pelos pulmões. Também  pode ocorrer absorção pela pele.

O amálgama dentário é o mercúrio inorgânico e alguns pesquisadores o consideram a maior fonte de intoxicação pelo metal. O amálgama não é uma liga segura, pois desprende o metal continuamente e existe relação entre a quantidade de mercúrio desprendido, a quantidade de metal que surge no sangue e a área de amálgama. Recentemente, o FDA baniu o amálgama de mercúrio dos Estados Unidos.

Quando o metal é metilado torna-se muito mais tóxico. O metil-mercúrio inibe a acetilcolinesterase, causa atrofia do cerebelo, é tóxico para as células gliais. As vítimas de Minamata foram intoxicadas por este composto. Esta tragédia que ocorreu em 1955, no Japão, causou severos danos neurológicos entre centenas de consumidores de peixes contaminados pelos dejetos industriais jogados nos rios que deságuam na Baia de Minamata.

O mercúrio tem um tropismo pelo sistema nervoso central e periférico. Apresenta duas formas de lesão, a primeira por bloquear os sistemas de oxi-redução, a segunda, ocorre ao formar complexos proteíno-mercuriais, provocando precipitação de proteínas e dano celular. Ambas as formas iniciam-se após a reação do mercúrio com agrupamentos tiol ou SH. È capaz de  danificar a barreira hemato-encefálica, aumentando a sua permeabilidade. Deposita-se no córtex e cerebelo, provocando atrofia, podendo também afetar a glia. Além do SH reage também com os grupos: PO4, H2, COOH e NH2, alterando a cadeia respiratória mitocondrial e os ribossomos, comprometendo a síntese de proteínas. Produz lesões cerebrais degenerativas similares às encontradas na DA, por alterar o sistema microtubular, desmembrando os microtúbulos, inibindo a polimerilização da tubulina. Mais recentemente, o mercúrio foi implicado na redução do fator de crescimento neuronal. Pode haver redução do GABA  devido ao empedimento da  assimilação do glutamato pelos astrócitos.

O mercúrio afeta a população de células T e a função imune. Metais pesados em geral reduzem a explosão respiratória no leucócito e funções quimiotáticas. Em 1995,trabalho publicado no Circulation (1995;91:645-655), revelou que cada 1 ppm de Hg no cabelo relaciona-se com um aumento  de 9% no risco de Infarto do Miocárdio.

Sintomas referidos à intoxicação por mercúrio: insonia, irritabilidade, depressão, distúrbios da memória parestesia, gosto metálico, salivação, colite e dor. Estão associados ao mercúrio: insuficiência renal aguda ou crônica, hipotensão arterial, doenças autoimunes, anemia, pneumonia intersticial e lesão do nervo ótico. Na intoxicação crônica os efeitos neurológicos predominam com instalação da Síndrome Vegetativa Astênica: sintomas neurastênicos, bócio, taquicardia, pulso fraco, gengivite e dermografia.

As fontes de mercúrio são: baterias, interruptores, termômetros, tintas, pesticidas, fungicidas, plásticos, lâmpadas de vapor de mercúrio, cosméticos, amálgamas, produção de feltros, garimpo e produtos farmacêuticos.

Para a população, em geral, a maior fonte de contaminação está nos alimentos, principalmente nos peixes, no entanto qualquer produto da cadeia alimentícia que for tratado com fungicidas pode ficar contaminado pelo Hg.

Prática Ortomolecular. Uma Abordagem por Casos Clínicos

Dr. Artur Lemos

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